sexta-feira, janeiro 26, 2007
...pintando a REALIDADE...
coberto de penugem, acabado de nascer
tão frágil, tão inseguro, desnudado…
criatura de Deus e por ele abençoada
estava parada, estupefacta, para ver
se aos instintos lhos tinham roubado,
mas abria e fechava a boca para comer
deitava uns vagos sons pianíssimos
mas não sabia nem tentava voar…
como começam todas as criaturas
da mesma forma e feitio, variando
apenas algumas, as de sobrevivência,
todos têm de aprender a arte de bem viver
sofrendo as boas e más influências
sendo que uns escapam e são notáveis
outros descarpam e são miseráveis
consoante a sorte e apesar das aparências…
predadores existem e sempre espreitam
ao menor descuido vão e aproveitam
ser pequeno que nasce desprotegido
tão dependente do perímetro que o cerca
e tão diferente e tão igual ao que está ao lado
como, quem e quando se traça o teu caminho
são fraquezas feitas astúcias que te salvaram
condenaram-te uns, outros te pouparam!
na suprema maturidade te recordarás
do que um dia, indefeso, foste capaz
de onde te surgiram as forças necessárias
onde encontraste alivio para a dor
quem te ajudou a percorrer o corredor
onde te cobriste para melhor descansar
de que é feito o bom e o belo apesar
da agruras que tiveste de atravessar!
Bedina2007
...delicadeza...
segunda-feira, janeiro 22, 2007
...o meu jardim-paraíso...
entrei no jardim do paraíso
fiquei estática, fora de mim
tal foi o que se me ofereceu…
magnífico, como Deus o deu
a sorte coube-me assim
no fim duma vida plena e cheia
do meio mundo que percorri
deitar o olhar, por ser permitido,
sobre a obra ímpar da criação
e ficar perante ela estarrecido
com a sua beleza e arte
de que é impossível fazer descrição!
sofria-a em silêncio e cheia
de tanto belo pergunto-me: afinal
se não é aqui, onde me pertenço?
Bedina
2007
domingo, janeiro 21, 2007
...a bem da verdade...
onde está ela no boliço político-social?
alvíssaras a quem a encontrar! senhores,
como tudo é nebuloso e infernal!
interesses escondidos em bolas
que se querem de cristal
sendo do mais vulgar vidro afinal!
o partir desmembra as entranhas
e tudo fica à vista, de quem quer,
(porque há quem não possa ou não deva)
partidarites agudas e crónicas
têm ceifado esta geração em crise…
essa, não é o pais que a tem não,
são os políticos que a criam,
e persistem na nódoa que fizeram…
desgostosos os autóctones viram
costas aos problemas, deles não são,
devolvendo-os à procedência
não acreditam em nenhum e não votam,
como maior recurso de decência,
não militam, não interessa, não presta,
a opinião mais que formada é esta!
mas quem se enterra são todos eles
culpados e inocentes na mesma cesta
é injusto e faz tremer de indignação
quem ainda em seu perfeito juízo
se quer insurgir e por qualquer forma,
denunciar e trazer a verdade, tentar
que se verifique que o rei vai nu
e que não me culpes mas sim tu…
apontando o dedo conseguirás apenas
que o mal contra ti reverta e sem mecenas
ficarás sozinho na praça pública
chorando os males que outros, os abúlicos,
cometem e esquecem acto contínuo
porque a pena para eles, prevarica!
livre-nos Deus e o demo de pactos,
nem com imediata intervenção cirúrgica!
Bedina
2007