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sábado, julho 08, 2006

 

...a ver o "barco" a afundar-se...

degradação…dos pilares duma nação!

os mais altos valores
aqueles que fazem
com que uma sociedade
tenha alguma dignidade
foram-se embora…
nós deitamo-los fora
e o mais grave é ser-se
país sem alternativas
ao mais alto nível corrompido
todo o seu conteúdo corroído!
o que parecia impossível
tornou-se realidade
e agora, para onde vamos?
mesmo com a Europa velando,
dos nossos interesses não zelamos…
merecemos ir até ao fim do poço…
(só não sei o que mais ainda há
que se possa perder?)
toda a honradez se fez desaparecer…
dirigentes, homens de Estado?
não se vislumbram…nem no horizonte!
é preciso ter mão neste desgoverno
nos sacos azuis sem fim
e cheios de muito marfim!!!
é preciso zelar pelo povo
que cada vez mais pobre
se isola, resigna, não luta,
não acredita em nada de nobre,
nada os acorda, tudo os assusta,
nestas condições como não
se verificar a degradação
de toda uma nação!
o meu grito é de indignação!
mas em grande evidência
está a “minha” total impotência!

Bedina

2006

quinta-feira, julho 06, 2006

 

...outra linguagem...

o olhar…

como transmite
o que só queremos
semi-ocultar!
do discreto ao garrido
do sério ao alarido,
provocador, sensual,
tímido envergonhado…
ele, o olhar
vai mostrando, chamando
ou afastando…
geralmente acompanhado
de gestos a condizer
duma graça especial
dando a entender
onde nos situamos
face a outro
em cada encontro…
linda a linguagem
dum olhar
quando sincera e
enriquecida
pela natureza que
assim a torna exibida!

Bedina

2006

quarta-feira, julho 05, 2006

 
encontrei um ser estranho
alado e sombrio, parecia
deslocar-se com fluidez
de linguagem e gestos,
fechei com força a mão,
tentou entrar em contacto
não conseguiu…diria…
mundo do desadequado
não devia espantar-me
afinal o mais estranho ali
ainda era eu…
dificuldade a minha
como reconhecer o diferente


vindo ele de repente?


assim como veio se foi…
sonho, vaga impressão,
alguma potente visão?
ao abrir a minha mão
encontro uma concha
ainda com cheiro a mar
e que um som fazia…
como se fosse um cantar…
enchi-me de alegria
tudo me pareceu claro…


era sonho já de dia,
mas tanto me fazia
afinal era um sinal
do vento e do mar
que ali estava e me sorria!

Bedina



Junho de 2006
 

...apaziguador ROMANTISMO...

o tom do “romântico”…

intermezzos…baladas,
nocturnos, estudos,
prelúdios, mazurcas,
rapsódias, concertos…
eu ouço e vou alinhavando,
ponto a ponto
cada pedaço de alma,
cada canto do sentir…
e cada vez mais calma
começo por sorrir…
a suave brisa aparece,
o belo faz milagres,
o coração enternece…
desaparecem os escolhos
vejo-me com prazer
com outros olhos
regista-se pela palavra,
assim não se esquece,
é compromisso que leva
do alinhavo à costura
e só assim permanece
seguro, forte e
cheio, cheio de doçura…
soubera eu ser
quem o toca…o vive
quem o conhece
soubera eu…só de pensar
como o poderia tocar
todo o meu ser estremece!
afugento a tristeza
não quero comigo a pobreza
dum pensamento sem beleza!

da bela harmonia a supremacia
de que me engalano
meu espírito engrandece…
e com ela nunca me engano!

Bedina


segunda-feira, julho 03, 2006

 

...meio sonho meio realidade...


quero…a imensidão dum olhar
cuidado mas desprevenido…
retribuo com o mais meigo
e doce sorriso duma alma pacífica…
quero sentir a volta da tranquilidade
deito fora as asas do sonho
volto com êxtase para a realidade
e a acreditar que neste mundo
ainda posso ver a bondosa verdade!

Bedina
Julho de 2006
 

...SE...SE...SE...

SE EU FOSSE APENAS...

Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não sei dizer mais nada!

Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vai desfazendo a minha vida!

Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
- de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa...


CECÍLIA MEIRELES

domingo, julho 02, 2006

 

...procura de lenimento...


caminhando por entre águas
ruidosas e lamacentas
a alma já enfarruscada
ansiando por ser lavada…
tanto verme a atravessou
tanto lado poeirento
tanta coisa má a atacou
que as forças faltaram
fizeram baixar o seu vôo
mas a água encontrada
ainda está pior
e não vem resolver nada…
interrogo-me…paro para ver
por onde seguir
sem muito me envolver…
não tenho resposta…
ó descanso tamanho
pudesses ter o efeito
do que em busca venho…
ó liquido refrescante
transparente, eleito,
esperava poder encontrar-te
mas a tua fuga é constante
e eu cansado demais
para te procurar…
me fico, me reservo,
me analiso e me observo…
de ideias escovadas
do transpirar retemperado

me sigo assim…as minhas intuições
não podem ser todas meras ilusões!

Bedina

2006


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