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quinta-feira, janeiro 05, 2006

 

...menos caótico...


turbilhão…

ideias, emoções, sensações
tudo ao molho, enrolado
num novelo…sem ponta
(bem a procuro…não a vejo)
o estado de alma é confuso
embrumecido por áurea
contraditória…um abuso
de mim própria!

poria à virgem uma vela
se Ela entrasse em mim…
até sei que não é por ela,
só pode ser por eu ser assim,
a ponta que quero pegar
essa vai sempre fugindo
sem qualquer razão me dar,

e eu me consumindo,
sem entender
o que se está a passar…
convulsões eu sinto,
e como, como parar?
não tenho meio nem ferramenta,
aguilhão…sempre a furar!...

quero livrar-me disto…
sacudo-me…não sai,
já nem sei como me dispo
para que nada volte a sangrar,
como conheço e temo
que volte, sem conta me dar!
já sei, é pacto com o demo!
só pode! por nada querer dum altar!

Bedina

Janeiro de 2006


 

...caos...confusão...

ilha no meio de tanto…

é impressão minha
ou a terra virou ao contrário?
tudo e cada coisa não reconheço,
e não me impeço de me interrogar
podem ser só vistas minhas
mas dá para desconfiar…
vejo semblantes raros
interrogados…sem forças,
moles, desossados
piores que corças…
tão esquálidos e magros
sem expressão, sem ar,
vendilhões serão…
ou é ainda só a minha impressão?
perguntas e mais perguntas…
mas respostas, essas, sei, não virão…
podem ser tantas! mais que muitas…
quais serão???

Bedina
5/1/06


 

...poesia(???)...

Poesia pode ser...poesia é...
para encantar...também, porque não?
é um aspecto a considerar...
hei-de pensar nele mais além.
O que quero mesmo agora,

é tentar reconsiderar,
aspectos “urgentes” a realçar:

poesie pour nous-mêmes???

Je m’aimes, donc...é bem provável!
se o contentar-se, catarse contiver,
e for auto-análise dum ser,
seja libido, angustia ou não,
o que pretende descrever
é forma de comunicação,
mais subtil, mais difícil de entender,
é “partilha” para quem o ler,
se o souber entender...
manjar dos deuses, será então!

Poesia...nunca será “só” pour soi-même...
Comigo isso...é NÃO!


Bedina
Setembro de 2004





 

...o poder da palavra...

Ser poeta é ser grande?
Nem sempre ó minha amiga,
às vezes, por mais que ela tente,
de tão pequena nem é gente,
embora diga o que sente,
sempre em forma de "cantiga",

seus erros enumera,
seus defeitos a entristecem,
só um pormenor a torna diferente...
o que é mau, dá-lhe dor tamanha,
e que por muito que o diga,
nunca é demais, lava a alma,
esfrega-a, que ela não é tacanha,
e a palavra, seu desabafo,
é a forma escolhida,

sempre não acabada,
tal forma é catártica, e pretende
transmitir o que ela quer: "ser" amada.
Em troca dá o que melhor tem,
que só ela sabe e mais ninguém,
o seu fundo, o verdadeiro,
sinceridade a tempo inteiro!
E isso sim, é ser alguém!

Bedina
Setembro de 2004

quarta-feira, janeiro 04, 2006

 

...(des)encontro...



hora marcada...

nunca chegou...não,
nada de especial...
apenas não estava
e ponto final
desculpas-me?
claro, pronto dizia,
mas ele não sabia
o quanto me feria
mesmo falado
para ele era fado,
não ouvia,
não entendia,
ou não queria!!!
estranho então,
nunca querendo
porque marcava?
e insistia?
vontade não havia...
alguma intenção
teria...
passa a inconsciente,
do que traça
do que não diz
do ausente:
ser não feliz!

não marque,
não venha...
a vontade foi-se,
morreu o interesse
enterrou-se,
mesmo que volte
e marque…
não vou, para mim…
esfumou-se!

Bedina

10/12/04


 

...Tonalidades...

...TONALIDADES...



 
tonalidades…

tranquilas, inquietas,
apaixonadas, serenas,
abertas, semi-fechadas,
incertas, declaradas…
umas mais quentes
outras mais prudentes,
paletas infindas…
é tão fácil ligá-las
aos acontecimentos,
ir buscá-las nos momentos
em que nada se abre…
nem sons se deixam ouvir,
elas as telas
são as minhas novelas:
olho um impressionista,
contemplo um renascentista,
um romântico, um moderno
cada qual me inspira
me faz retirar novo
do velho e fazê-lo eterno,
mais sentimentos sentirei…
mas estes me bastam…eu sei,
e por agora…para pôr fim…
retenho estes dentro de mim!

Bedina
3/2/06

terça-feira, janeiro 03, 2006

 

...qualidade eleita...ETERNA!...



bom senso…

eleita a qualidade!
nunca erra
tudo o que faz é
face à realidade,
encontra a forma,
a solução,
gera paz
diz não à confusão,
limpidez,
transparência,
pesadas as razões
sempre em função
do equilíbrio…
do nível estabelecido,
que não transpõe,
e muito menos se lhe opõe,
faz entender o ridículo,
o difícil, o incontornável,
o escusado, propõe
opção certa pesada
e balizada
qualidade tão do meu gosto
onde paras tu, não saias de mim,
não me dês esse desgosto,
fico pobre, insegura…sem ti…
e…incapaz de dizer sim!

Bedina

Janeiro de 2006


 

...PÓS MEDITAÇÃO...


depois da tempestade…

cai sobre mim

um manto de calma,

macia como o algodão,

no interior da alma…

desce a paz ao meu coração...

renova-se a mente

com outra ilusão…

alapada ficarei

à mais recente…

sem tempo marcados

em espaço aparente

mas adeus solidão…
rasgou-se a luz

o clarão apareceu

e de repente…


tudo se esclareceu…

afinal momentos

de tristeza apagam-se

com a imensa alegria

que a luz trazia…


agora a sensação

é de bem estar…

de bem querer,

de bem dizer…

de me apreciar!

Bedina
Janeiro de 2006


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