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sábado, junho 17, 2006

 

...por vezes...

momentos…

como fazer
como amainar
esta revolta surda…
pesada
barulhenta
destruidora
do tudo e do nada…
que me consome
me fomenta a raiva
me torna incapaz
não me deixa viver
como, como fazer?

pensamentos
dos bons eu tenho
dar-me aos outros
sou capaz…
deixar-me ficar
numa apatia
de olhar é também
coisa que me vem,
aquietar-me e esperar?
saberei neste estado
ter serenidade suficiente
para ainda aguardar?

Bedina
Junho de 2005

quarta-feira, junho 14, 2006

 

...grito entalado...

o grito…não dado

ficou preso na garganta,
ali ficou entalado,
enquanto dos olhos
brotavam lágrimas amargas,
pelo grito…não dado…


a comoção enviou
a reacção para outro lado,
mas não lhe disse onde era,
assim, além de não dado
o grito fez perder a direcção,
do que o tinha provocado.

quando a voz não obedece
resta a expressão por actos,
onde nada se trava, apenas se vê,
se comunica…bem melhor,
a palavra compromete
e mente por vezes…ou é mal
interpretada…dando a imagem
do seu contrário…a errada!

em seguida somatisa o corpo,
o grito que ficou por dar,
que queria ele expressar?
algo de muito doloroso, certamente
que não é aos pulos de contente,
que a vontade vem e o grito soa,
não…é pela dor ou raiva de alguém
que está muito…muito sofredor!

e o grito…não foi dado…
cuidado, muito cuidado…
pode acontecer algo bem pior,
do que o grito não entalado!

Bedina
2005

segunda-feira, junho 12, 2006

 

...não picou...mas foi o mesmo...

“…picou-se e adormeceu…
assim o fado anunciado se deu!”

soubera eu ser como elas
as princesas, lindas, belas,
loiras, olhos azuis, e prendadas,
muito prendadas, ao pecado imunes,
puras com as rendas mais bordadas,

ousara eu sequer admitir para mim
qualquer das qualidades que elas têm
de que são pródigas sem lhes ver o fim
e é bem provável que sorrisse
e me convencesse que poderia ser assim!

sonhara eu que um dia princesa seria…
reinaria ao menos nesse dia
o mais importante de mudança da vida
em como me sentiria..sonhei…sonhei
não fui bafejada por sorte tão desejada!

mal sabia eu…que na vida só eu
me considerei sempre dentro do sonho
à minha volta tudo era normal ninguém
sequer imaginaria de que esperança me vestia,
soube não “me picar” mas contei-o a alguém

a mim mesma, enquanto do sonho me desfazia, lágrima sorridente pelas minhas faces escorria,
irónico: na vida adormeci como a picadela me faria…


Bedina
2005

domingo, junho 11, 2006

 

...lamento de "musa" triste...

Nem sempre a tristeza tem perda tamanha,
terá sim outras causas que perduram,
terá de ser ela a supurar as que sua alma tenha,
das feridas mais estranhas que a perfuram!

Dentro de cada uma poderá surgir a dor,
com esforço obrigo-me a transformá-la,
em algo de bom, de belo, talvez uma flor???
de todo o modo e seja como for, vou aceitá-la.

Aprendo a lidar com a realidade, com ardor,
em cada dia me aplico, um passo a dar,
e quando um a um os passos todos somar
acabarei rica, não material, de riqueza interior...

o mal aqui não tem lugar, não se pratica,
e o bem tem sempre supremo sabor!
é arte saber o quê e como valorizar
da vida, o mal que dela nos advém, e ser lutador!

Bedina
2005
 
o termo certo…

o mundo exige
nós damos-lhe,
as palavras servem
para isso…
e usam-se
de formas diferentes:
cruel: quem diria
horror: nem sabia
maldade: onde está?
bondade: fica onde?
morte: arrasa tudo
vingança: destrói
armas: morte imediata
bombas: seres usados
vitimas: morrem
maltratados…
poder: indiferença
ódio: todos os dias
amor: de quem?
destruir: sempre
mundo: planeta
país: não há
global: prepotência
G8: forma mais
rápida de melhor matar
europa: velhice
guerra: dia a dia
sombra: não há
sol: só para alguns
inocente: o que morre
culpado: o poder corrompido
e tanto mais,
tanto…teria para mostrar
como é possível
um mundo assim estar?
acrescento ainda:
dor: a cada segundo
vai destruindo mais fundo….
quero chorar: não posso,
quero gritar: não sei
quero fazer parar…
este ódio desenfreado
entre os seres
que se dizem humanos,
simples, coitados…
que não consigo olhar
de frente …
ponho-me de luto…
e, como eu, toda a gente…
a quem o mundo mente!
o nome certo?
não o vejo nem de perto…
em definitivo não acerto!

Bedina
2005



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