sábado, janeiro 28, 2006
...elevando-se...SUBINDO...
sempre a subir…
caindo aos pedaços
estou a subir
desfaço-me em abraços
estou a subir
indiferente ao que passa
estou a subir
amante que me ultrapassa
estou a subir
em correria desenfreada
estou a subir
ofegante e transpirada
estou a subir
caminhando de mão dada
companheira venerada
a boa energia renovada
sempre a sorrir
sempre a subir…
Bedina
sexta-feira, janeiro 27, 2006
...esperança viva...
espero…
que as nuvens deixem de ser negras
que o orvalho me refresque a memória
que a chuva lave da calçada as pedras
que a neve permita castelos de glória!
erguer-me acima de mim própria
continuando a caminhar sem desviar
emoções ao serviço do objectivo
e dos lados indo colhendo o sonhar
chegar a porto longe e seguro
então poder sem medo descansar
armas recolhidas, guardadas
não ter necessidade de as usar!
desarmar perante a agressividade
responder-lhe com a minha paragem
a amar sem a menor possibilidade
de ser interrompida pela aragem…
assim corresponder
assim responder
assim estar e viver
não sentir pingo de frio
nem do vento o assobio
deslizar suave como o rio!
Bedina
embebida…
uma alma tão pura
tão transparente
tão exótica e
permanente…
como conspurcá-la
diante de tanta gente?
ela foge, esconde
a cara mas olha de frente
e a maldade insiste
volta e torna a voltar
tenta manchá-la
mas ela a deusa
está acima dos mesquinhos
olhares e setas
que se quebram só perante
a sua forma de estar…
ela é beleza sem bonito
ela é forte sem forças
ela é maravilha sem par…
podem erguer barreiras
ela não tem fronteiras…
podem tentar a captura
ela não deixa de ser candura…
então perante tal tesouro
afago-a, dou-lhe alimento,
incentivo-a e guardo
bem dentro de mim
lugar próprio d’alma assim!
Bedina
Janeiro de 2006
quarta-feira, janeiro 25, 2006
...Manifesto a preto e branco...
um manifesto palavroso
de convicções profundas
de desejos cavernosos
porque sem perguntas
mas interrogações
o fizeram nascer
noutro mar…
em águas mais fundas
a base de que é feito
sem cor distractivo
é o branco estreito
e um preto imaginativo
o contorno sobressai
o vazio ocupa o lugar
de onde tudo se vai
de vez…encaixando
como é o respirar
de onde afinal se sai…
Bedina