.comment-link {margin-left:.6em;}

sábado, outubro 22, 2005

 

...SILÊNCIO...no Reino dos Sentidos...


as dores dos sentidos...

começa em cada um
de per si…sem cálculo algum
depois juntam-se dois
já forma uma dor razoável
mas se ainda por cima o gosto
também alinhar…então aí
teremos os cinco (sem ser par)

mais doente está o cheiro
da suavidade dos belos odores
passa aos maus, execráveis
e enjoativos entopidores
à ausência dos vapores

a seguir a vista se turva
vê manchado, não cuidado
nada claro nada focado
lacrimejando aparece
chorando desaparece

o gosto de sentir
o amargo do fel é tal
melhor fazia a boca se fechasse
de vez o tal canal em vez
de insistir a ver se passa o mal

o tacto esse, então, nem vos digo nada
passa por aqui como se nada
toca ao de leve, nem sente
está tão mal, que está doente
arranha, fere, sangra, está demente!

o ouvido de apurado já não tem nada
não quer ouvir os sons mas eles
estão lá e ele entende-os, só fingido
se diz não se dar por achado,
quando afinal tudo é escutado!

Com tal mazela como poderá o rei
suportar a sua corte, se nem se dá
conta de como é ela?
tudo lhe parece o que não é
e de tudo o que é nem faz dela lei!

Bedina

 

...falando ao SILÊNCIO...no interior


alma…desnudada

cheia de frio
sem ser acobertada
por nenhuma palavra de lã,
nem de seda…
apenas as cruas e duras
das verdades das ruas…
aqueles sítios onde
circula…tudo…e
à sua maneira…
nada se faz de brincadeira…
e se chover
tenho de a abrigar…
quero-a inteira
mas tenho de a tapar
o mundo cruel
não permite a verdadeira
tem de ser camuflada
orientada como se deve,
para a posteridade…

alma sofre e desnudada

sente-se desamparada…
mas não está só…
estarei pronta para a partida
seja ela de seguida
ou leve tempos ainda,
aqui não é necessária
outras há
que bem vestidas
se mostram mais hábeis
e mais bem “mentidas”…
são essas as escolhidas,
só por fora polidas
por dentro cavernas de podridão
que atacam e não se vê…
quando se “lê”…
já é tarde…dentro delas
uma caverna que alberga
todos e todas e sem senão!

alma minha desnudada…

dizer adeus à podridão
não te vai custar nada
apenas custa deitar fora
a ilusão, a pureza ,
toda a beleza, que não enfeita,
e não está sugeita
ao deteriorar mortal…
prefer assim enfrentar
um julgamento antecipado
a por aqui ficar sem saber
como se virar e para que lado!

alma minha…vamos?

Bedina

sexta-feira, outubro 21, 2005

 

...o SILÊNCIO...em comunicação...



de “O elogio do silêncio”
(de Marc de Smedt)



(……) O SILÊNCIO LENTO é o silêncio mental voluntário intrinsecamente ligado aos processos semânticos (e metafóricos) sa descodificação da linguagem. Estes silêncios são mais símbolos do que sinais.Pensa-se que os silêncios lentos estão ligados a movimentos de organização, de categorização e localização no espaço, utilizando experiências de memória.

A memória não é apenas vista como um armazém de vocábulos e objectos que, depois de serem pronunciados, foram fixados e arrumados; ela também é vista em função dos trajectos próprios que se efectuam através de níveis verticais do espaço mental.

O silêncio lento permitiria o desenvolvimento desse movimento vertical no espaço mental.Certos silêncios lentos impostos a um interlocutor parecem-lhe incompatíveis com o seu próprio sistema de pensamentos e valores, ou mesmo apenas com as suas tendências naturais. O contacto então desenrola-se nervoso, irritadiço.Queremos falar desses silêncios, eliminá-los devido ao facto de nos parecerem faltas buracos, falhas de raciocínio.

Existe o fenómeno de rejeição do silêncio como há o da rejeição da palavra.Por vezes, no entanto, certos silêncios longos dentro de uma conversa são bem recebidos, existe uma corrente que passa. Eles ajudam a uma comunicação dinâmica visto que correspondem às exigências do tempo mental de cada um dos interlocutores. (……)

(terceiro excerto...)

 

...Morgana...no SILÊNCIO...de Avalon


 

...no SILÊNCIO...de Avalon...


 

...SILÊNCIO...e o físico...


de “o elogio do silêncio”

(de Marc de Smedt)


(……) se o próprio ouvido e o cérebro criam ondas que se assemelham ao ruído, se o feto vive num universo sonoro e se apercebe de certos sons, podemos supor que até os genes – constituintes essenciais do material celular que forma o nosso património genético, que na sua maior parte se mantiveram inalterados durante milhares de anos (os genes do cancro, por exemplo), estando mesmo alguns presentes nas formas de vida mais primitivas – fabricam o ruído, na medida em que são eles os portadores da informação que o descodifica.

O silêncio é uma noção abstracta. É um termo que indica essencialmente a ausência de palavras, portanto designa um ambiente onde reina um vazio relativo de ruídos perceptíveis pela consciência. Também o podemos definir como uma atitude interior própria da consciência: o acto de fazer silêncio, ou em silêncio, está relacionado com o comportamento e a psique de diversas maneiras. (……)


(segundo apontamento...)


quinta-feira, outubro 20, 2005

 

...ELEMENTAR...silêncio!


elementar...

sei que tenho…
não sei que sinto,
penso…identificar…
não consigo!
sei apenas
que preciso…
dum suave roçar
de asa de anjo…
arrepiante de doce,
capaz de abrandar
toda e qualquer força,
que, errada, por aí anda
feita barata tonta,
e sem parar,
com neurónios
a dar a dar,
sem sequer
conseguir parar…
perdida está
no mar das confusões
as mais que muitas
que nos atiram
à cara…sem pejo algum,
eles os “tubarões”
(os mais frágeis)
que apenas “batem”
no diminuído, no debaixo,
cobardes como são,
nem sensíveis à razão…
não! pelo contrário…
quanto mais…menos!
mundo do avesso…
este em que vivemos,
sem apelo nem agravo,
nada se modifica
por mais que se aprenda
mesmo se exija…se grite
se desespere, nada se altera,
nenhum “papel”…
é melhor que outro
não, tanto faz!…
nada se compara
ao roçar da asa de anjo,
à tranquilidade que ela traz,
à serenidade e…paz!


Bedina


 

...outro CAOS...em silêncio...

CAOS

Cruzados ao meio, entre a ave e a serpente,
os dois céus tocam-se: o primeiro, escuro
e frio, estende-se em arco para o ocidente
onde a noite o detém como um sinistro muro;
o segundo, brando e luminoso, vai subindo
como um caule de oriente para o céu estranho
da manhã – águas em círculos de moinho fluindo
para as obscuras nuvens juntas em rebanho;
e ambos, fixos numa antiquíssima extremidade, ardem
neste contacto frágil que os reúne
na ânsia remota de uma serena eternidade:
para logo se dividirem, opostos e contrários.
Nessa vaga fronteira o braço divino os pune
no íntimo sofrimento de êxtases solitários.


Nuno Júdice

 

...outro CAOS...


 

...o caos...silenciado!...


 

...O caos ...no silêncio...

caos organizado…

como a mesa nua
mas cheia…
debaixo do arco
em linha recta
se estende o encolhido
pensamento
caótico…baralhado,
sem sentido
desencontradas
todas as partículas
que lhe estão destinas
mas organizadas
por temas surrealistas,
em espaços amplamente
cortados e recortados,
num tempo sem hora marcada
uma amplitude tal
que o caos não significa senão
a mais exemplar organização!

Bedina

quarta-feira, outubro 19, 2005

 

ternura...o silêncio da água...


 

...interrupção do silêncio...

...diferente/indiferente...


Não gosto de me sentir diferente,
Nem inferior nem superior,
Nem esquisita, nem “parente”
Do que não sou!
Arrogância deito-a pelos olhos,
faço picadinho dela,
deito-a fora…pela janela!
Mas não gosto de me pôr de parte,
não, isso seria igual, atitude,
apenas com outro nome,
impede a compreensão,
a abertura aos outros,
e bloqueia o conhecimento, esse então!

A apatia é igualmente detestável,
é forma de não participar,
não reagir, não sofrer nem amar,
por muito que me possa apetecer
indiferente nunca serei capaz de ser!
E disso gosto eu em mim…
Aprecio, a valer, a quantidade e
a qualidade, muito minha, muito própria
de vibrar com a vida!


Se para isso for preciso saltar
etapas, umas atrás das outras,
posso até andar mais devagar,
mas saberei saborear o ínfimo bocado,
seja azedo, amargo ou açucarado,
não interessa, é meu,
e é a isso que dou prioridade,
o meu eu, tornado uma realidade.

Realidade consistente,
procurando coerência
nas ocasiões em que sou chamada ,
para tomar uma decisão, seja ela
em benefício próprio ou não,
uma verdade tenho como postulado
a sinceridade…para comigo,
É tão importante…
que sinto como obrigação,
juntar ainda a auto-fidelidade…

se não for assim, todo o meu esforço
terá sido em vão…e não acredito,
nem quero pôr tal hipótese, não!
A vida é linda quando vivida com cor,
e eu encho-a de diversas paletas,
conforme me vou conseguindo
libertar, de antigos lamentos,
e novos interesses encontrar,
porque estarei cada vez mais longe,
do ser pequeno, dos antigos momentos!

Não, não quero ser diferente…
Mas também não quero ser indiferente…

Bedina

 

...O SILÊNCIO...


 

...versos...versus...versos...

Ao meu amigo PAQUITO pela ideia que criou

"versos de quem não se sente poeta"



versos de quem não se sente poeta…
(mas mais poetas do que alguns de nome...)
afinal onde está a poesia? perguntam,
aqui...amigos em cada um de nós,
basta transpor para o papel,
os sentimentos, o que escrevemos
é a nossa voz...! entre todos permutemos
tudo o que há de belo em nós!

ou triste...quem sabe...também acontece
e sempre haverá um que se apercebe,
e nos enche de ternura, entusiasmo,
e porque não?, até nos enaltece!

Quem não gosta dum mimo carinhoso?
Acho que todos nós dele precisamos,
mais ou menos amoroso...amigos,
escrevendo o nosso sentir, cuidadoso,
estamos, quem sabe, a animar, a ajudar,
algum de nós mais tímido e medroso...

Versos, poemas, venham eles...são apenas
o sentir de almas com os mesmos desejos,
atitudes, alegrias e tristezas, renuncias,
trocas, permutas intensas, que não isolam,
unem as sensibilidades, as maiores e as mais pequenas!

serão versos…
serão versos de quem não se sente poeta…
são versos de quem de poesia se veste,
serão versos, os lamentos deste e desta,
são versos, feitos com amor celeste,
serão versos, os soluços que senti…me deste!
são versos…os reversos da vida agreste,
serão versos, meu amor…aqueles…
são-nos os que, envergonhado, aqui trouxeste!

Bedina

 

...O SILÊNCIO...

De o “O elogio do silêncio”
(de Marc de Smedt)



“””(……)Revela-se uma excelente definição do segredo, facto perfeitamente ilustrado pela fórmula: a lei do silêncio; e também do esquecimento: o silêncio rodeou o caso.

Aplicado de modo figurado, ele significa a calma, a ausência de ruído: uma floresta silenciosa, caminhar em silêncio. Assim como a ausência de agitação moral e interior:
impomos o silêncio aos nossos sentidos, às nossas paixões, aos nossos pensamentos.

Então chegamos a definições mais técnicas: interrupção de um ruído, pausa na música; distinguimos sete silêncios: a pausa, a meia pausa, o suspiro, o semi-suspiro, o quarto, a oitava e a décima parte do suspiro…

No domínio da fala, o vocábulo descreve uma suspensão no discurso (aposiopese); na escrita denomina as elipses; e na pintura, define uma zona de tranquilidade na composição de um quadro. Por fim também assinala uma interrupção numa transmissão telegráfica.

(……) a palavra silêncio é suficientemente rica para extravasar o quadro destas definições: encontramo-la no vocabulário do amor (amar em…), da dor (sofrer em…)e de diversas emoções: um silêncio pode ser, na verdade, eloquente, obstinado, marcante, sombrio, desgostoso, aprovador, contrariado, consternado, glacial, religioso, pudico, discreto, imposto, confuso, rancoroso, alegre, pesado, mortal, e vamos ficar por aqui.

…existem tantos silêncios como adjectivos ou estados psicológicos.

…existem espaços de silêncio, um mistério de silêncio a conquistar.(……)”””


 

...o "tempo"...


 

...o "tempo"...

HORARIO

O vento, nas estações de província, tem
o mesmo rumor a que a infância habituou
o ouvido.

Esse vento não se parece com nada
do que tenho àminha volta: a cidade, ruas,
prédios, imagens apressadas do vazio.

No entanto, paro por instantes
para me lembrar melhor desse ruído
que desapareceu.

Ao fundo, um pedaço de rio leva-me para
o outro lado, onde o vento ainda sopra
como sempre.

Saio da sombra para entrar no cais
que o sol da tarde torna insuportável,
embora não embarque para parte nenhuma.

O vento, por vezes, limita-se a dizer
que o fim da linha pode ser uma estação
de passagem.


Nuno Júdice

terça-feira, outubro 18, 2005

 

...o "tempo"...


 

...o "tempo"...


entretanto…

o tempo corre
as marcas ficam
o vento năo consegue,
nem quer enxutá-las
trai-se...ficou fiel
a si-próprio,
o tempo...esqueceu
o espaço…e a mim...
passou com força
e desapareceu…
nada se alterou…
eu percebi
agarrei o já ganho
mas năo parti…
aguardo
o momento
com o alento
de quem sabe
que terá
o seu alimento
no fim da jornada,
mesmo que jejue,
o saber...
que é desejada...
conforta, devolve o sorriso,
a vontade de viver...
...e...
entretanto…
apesar de se ver,
não se passou nada!


Bedina

 

...o tratamento...


o sulco visível…

começa por ser superficial
continua, e a ser…carregado
cada vez mais crucificado…
sulco profundo pela dor causado,
năo tem cura, tal o seu tamanho,
năo cicatriza como ferida
a normal, năo, precisa de cuidado,
onde ir buscá-lo?…
ao próprio, só ele se poderá
encarregar
de com carinho o cuidar…
a poçăo...năo é difícil queres?
pétalas de dor sem cor, com sementes
de sol sem calor, um pingo de chuva
de choro encorpado, o tom da lua
marmoreado, pó de estrelas sem brilho,
tudo misturado numa massa uniforme
envolvida em nuvens mornas…
depois…untas o sulco ao de leve,
e esperas…a cura terá de ser breve
o efeito perde-se se năo se actua logo,
pretende-se afinal que de visível
nada tenha…camuflado?
sim,. escondido,
assim nada está exposto…
portanto, nada perdido!

Bedina

 

DESPERDICIO...

DESPERDÍCIO

Jose Luis Cuevas


 

DESPERDÍCIO

Há uma palavra perdida em qualquer sítio:
talvez na casa ao lado, talvez no patamar
por onde se passou a caminha da rua. O cão
de manhã, farejou por ali - como se
a procurasse; e alguém a terá pisado, sem
saber que as palavras também podem cair
ao chão. "Amor", ou "nada", ou apenas
"amanhã": uma palavra igual a uma destas
sem mais nem menos sentido, como se
uma palavra não custasse, por vezes,
a dizer; ou como se as palavras se
pudessem deitar assim, da boca para o chão.


Nuno Júdice
 

...momentos antes...da noite...


segunda-feira, outubro 17, 2005

 

...POEMA...




Na tua casa, como se
a noite se fizesse das coisas
com que se faz o amor,
pus as mãos sobre a tua sombra,
troquei o desejo pelo canto
mais escuro do corredor, e
ouvi bater o coração
da treva. Depois,
quando a luz se acendeu,
desenhei os teus olhos
com uma linha de
cansaço: olheiras brancas
sobre o fundo negro
da janela. No vidro,
o braço desfeito reflectia
a direcção polar; e
uma nuvem, cobrindo a lua,
tapava-te os ombros
numa obscuridade
de hera.


NUNO JÚDICE
 

...outra...noite!...


 

...noite, companheira do silêncio...


faço da noite o meu dia
acordo sem energia…
retomo-a ao longo do dia
chego à noite e é tanta
a euforia,
que me espanta, como vivo
com a luz do dia…
se puder troco

faço do dia a minha noite
então aí regalo o meu olhar
com a luz e o calor
a chuva, o frio, o vento
a cor…da vida no seu estado,
o natural, aquele que realiza
fotossíntese permanente
e que não é como a gente
mas é ser vivo, com ciclo,

mas de noite…
enche-me a medida…
provo então
que é comigo mesma
que estou, em solidão…
acompanhada dos meus sentidos
alertados e percebidos
postos a render
em escritos corridos
do meu sentir, do meu ser,

da expectativa
que ainda possa ter…
exploro o sonho acordado,
melhor que o dormir sonhado
assim me completo
assim funciono
penso, corrijo, invento,
descrevo, choro e rio,
tudo como deve ser!
sobretudo não tenho
um público para me ver!

Bedina

 

...noite...uma das formas...


domingo, outubro 16, 2005

 

...na crista duma onda outonal...



sinto-me a boiar
no cimo duma onda
gigante
tenho medo
năo quero desabar
năo conheço
năo sei
o que está em baixo
sei que o caminho
é para a frente
năo há retrocesso
se travo…caio
mas o pavor
é tal que de susto
quase desmaio
porque me meti
nisto?...
assim é a vida…
na crista da onda
cai-se a maior parte das vezes
mas quando se segue
até ao fim sem mal
é-se herói, de si próprio,
e recomeça tudo…afinal!

Bedina


 

...a uma amiga

a uma amiga…

Adorei em especial o teu "SILÊNCIO"
Cada vez me encontro, mais e mais,
no conteúdo múltiplo dessa palavra
que de tudo nos traz...
e dentro do bom e belo: a PAZ!

Hoje vou plantar uma pequena laranjeira,
tem umas flores que parecem construidas,
pintadas, enfeitadas por mãos humanas,
e com a mais fina das porcelanas!
Brancas, em pequenos cachos,
folhas de um verde muito intenso,
médias, nem pequenas nem grandes,
mas lindas e muito elegantes...

Esperemos pelo fruto de cor quente,
de sumo delicioso e refrescante,
talvez para os próximos meses...
possamos já o ver em cor a aquecer...
e pouco depois o seu conteúdo comer!

E de novo renovar o ciclo...
Voltando ao principio...
chamada de "MIMO"...a laranjeira,
Pode ser? Sra. Jardineira?

Bedina
2005

 

...entre nuvens carregadas...

o tapete de estrelas…


numa noite de luar
negro o firmamento
pontilhado de luzinhas
brilhantes, minúsculas,
caindo ou estando fixas
vou pensando em como
é bom deslizar
por esse tapete…sem fim,
colhendo daqui, colhendo
dali, vou passando
e patinando…
cada pontinho
tem uma forma própria
comunica com todos
mas só se abeira de alguns
năo sei porquê…mas a mim
disseram-me o que eu queria ouvir!
que bem sabe a alguém
que nada tem…ver que os pontinhos
brilham para si também…
e todas as noites lá estăo
com coisa nova para contar,
estórias por acabar…
que se desenrolam..muito devagar
noçăo de tempo inatingível
só para quem experimentar
mas para isso é preciso năo dormir
ser sensível aos sons celestes
e despido de todo o preconceito
assim terá o seu canto enfeitado,
e todos os dias terá, verá,
mais dele…um bom bocado!


Bedina


 

...cenas de Outuno...


murmúrio…


intensidade nula
mal tem som
ouvi?? …mal…
quase duvido...
o suspiro soltado
(mais adivinhado)
mas está lá,
e năo, é sorriso, năo,
é lamento…
enfraquecido
sem a força
ou convicçăo
da alegria,
da emoçăo,
apenas sussurrado
“amor” terá dito?…
ou apenas tenuamente
murmurado!

Bedina


This page is powered by Blogger. Isn't yours?