Pontuações diversas

em frente me recolho,
me pronuncio, me olho…
o que vai ficando para trás
para os lados e para baixo
não faço a mais pequena ideia…
é passado… escolho o presente
com uma carga de futuro
desconhecida mas que se pressente!

ainda há ideal suficiente
para rechear o meu interior
são inúmeras as referências
onde mergulho e onde vou buscar
a renovação dos meus valores
pô-los em prática já se tornou hábito
enraizados que estão até à medula…
não se pode servir as dois senhores!

trair as minhas convicções
é algo que espero nunca ter de fazer
coragem não falta e força interior
muito menos então! seguir em frente
ao que me é indispensável tecer
uma rede forte em nome duma
democracia que nunca deu
sequer pelas mais básicas intenções…
corrupção em larga escala
dentro das clássicas organizações…
empenho em fazer crer
que reformas profundas
se estão e vão fazer!!!

olho para o lado e o que vejo
é sempre a mesma podridão
que afinal se reforma com prontidão…
só acredita mesmo o mais ingénuo
ou o que faz voz à razão do poder
eu desespero de indignação
até forças mais não ter!
até quando se terá isto de viver?

Bedina

NOvembro de 2007

justiça…

para ali está esquecida,
de lado porque não pode ser vista
não interessa a ninguém que
a dúvida se instale, persista…

é a melhor definição de justiça
onde os valores são premiados,
se agarra e castiga os culpados,
se limpa a ferrugem dos partidos…

volta e meia vou observá-la
e vejo-a triste acabrunhada,
desiludida e envergonhada,
pela sua impotência ser julgada…

do total dos seus lacaios
poucos são os que lhe fazem
a vontade… a maioria essa
não quer verdade e trazem
preço ao cinto o lema da
mais pura vulgaridade:
“estar do lado do mais forte,
aí, onde o prémio é,
além da fortuna, a vaidade”!

Bedina

Novembro de 2007