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sábado, maio 19, 2007

 

...pequena/grande coragem...







O crepúsculo do desgosto



É feio, vil, medonho,
Cicatriz mal cicatrizada,
Com marca,
Para sempre,
Encontrada sem querer,
Lenta agonia, sem sentir,
Carência total, sem pedir,
Pobre ser!
Mutilado, triste,
Desencantado,
Segue em frente,
Parando de vez em quando,
Sereno mas arfando,
Menos algumas estrelas para ver,
Para sentir o seu brilho
A sua cor,
O seu tremer,
Já não está cego,
O longínquo pode antever,
Já não fala, não é preciso,
Foi dito e redito,
Palavras não chegam,
Cansaço, só cansaço,
Peregrino, passo a passo,
Conquistado, a duras penas,
Vai vergado, mas vai,
De pé segue o seu caminho,
Por muitos e muitos tempos,
O necessário, e sozinho,
Mas sereno, sereno, sereno,
Tranquilidade conseguida,
Vai devagar, sem o gozo do supremo,
Mas vai...a sua vida vai vivendo...



Bedina


2007

 

...a minha noite!...











a minha inspiradora noite…




que tem ela de tão especial
que a torna tão sem igual??
mas tem....tem...segredos bastantes!
a noite, escura, cheia de pontinhos
mínimos e brilhantes, distantes,
onde por vezes me acolho!


no teu silêncio me ouço,
na tua serenidade me encosto,
da tua luz me visto,
branco é a não-cor,
transparente pode ser...
condiz comigo, e o brilho que me ponho,
vem de ti, negro lindo



...imenso, meio perdido,
mas eu sei...eu vi...percebi,
és organizada, noite minha,
cada ponto me aproxima,
é caminho de alma que vagueia,
sem traço marcado,
sem rumo traçado,
ser humano, de barro formado,


querendo ter asas,
fingindo que pode apanhar
cada pontinho, importante
para no seu voar, tocar,
ao de leve em cada um,
sentir o seu pulsar...
ali mais adiante...



és fonte de energia,
ó negra noite minha!
consolo das minhas tormentas,
onde encontro a paz tão ansiada,
bem viva e norteada,
o teu negro...é consolo,
deleita, apazigua,
atenua, tudo é diferente,
afinal... és, noite escura!
és...és, tu és…gente!



aquele pontinho ali...
aquele que me chama,
vou lá chegar, não é tarde,
nem está frio, e arde,
e não engana… por mim clama!
sorrio, sorrio,...enternecida,


ele…só para mim...
espera sorrindo também,
sabe que chego lá,
mas quando? quando será?
ó noite aparente...adormecida,
vela por eles, os acordados,
os não vencidos, não conformados,
os de segredos guardados,
que são lindos mas pesados...
presentes uns, outros já passados!




e aos da vida, os caminhantes!...
acorda-os noite minha!
diz-lhes, ensina-lhes, dá-lhes a mão!
para mim… o teu caminho mais belo
eu quero por ora e sem senão!


pode ser escarpado, o mais longo,
seja ele qual for...é ele e… pronto!
nada me importa, eu selo
a promessa desse encontro!




Bedina


2004

 

...EXPERIÊNCIAS DE CONTENÇÃO...






como conseguir secar o rio???
que sente, que palpita,
onde a onda se agita,
sempre em movimento,
com ou sem corrente,
tem o seu caminho...lento,
mas sempre para o mar…
e será que quero desaguar???
se abrir carreiro, no caminho,
fugas abundantes, para os lados,
diminui o caudal???
será???
e sorvê-la???
apenas tentar, experimentar,
se há meio de o secar?

e se o caminho não é este???
se for apenas seguir num barco,
caudal abaixo, num dia parco,
de sol, de chuva, de vento,
mas sem lamento,
é quente? é frio?
é doente? É sombrio?
é tudo isso e muito mais?
mas sem os ais,
rumo ao porto, o seguro,
se é cinzento ou de outra cor,
não se vê!
não interessa se é puro!
pouco importa se é duro!
agressivo? possessivo? de quem?
de que gente?
…afinal nem importa, não se sente!

Bedina






2005

quinta-feira, maio 17, 2007

 

...mergulhando...



mergulhando…
tenho duas alternativas:
ou devagar ou duma só vez…
nem sempre escolhi a mais apropriada
a maior parte das vezes nem pensava
o meu nervo, a minha impulsividade,
trocavam-me as voltas sem piedade
suave sensação! deixar-me ir
sem qualquer persuasão…
retirava assim o meu peso de cima
mal me sentia a afundar lentamente
meio atordoada mas serena finalmente!

ao vir ao decima… voltado o ruído
afastava as gotas que sobravam
com a mesmo sensação que as pétalas,
quando sozinhas, vão sugando o orvalho…
a prestações ia subindo um calor
pelo caule, o meu corpo, e
espalhava-se junto com o cheiro
inegável do mar: era do sal o odor!
as algas contribuíam para o equilíbrio,
o iodo como sempre o salvador
tudo conjugado para sentir no meu ser
o eterno alívio da dor e um inegável prazer!

mergulhar cada vez mais me atrai
até o lavar das penas, de cima, me sai
e recupero toda a energia mal gasta
em fantasias inúteis que o meu ser afasta!

Bedina


2007

 

...AMOR...

num trago só, te bebi
um nó na garganta, senti…
estava entalado, năo descia
e eu insistia…sem entender
porque năo me apercebia
a diferença dos tamanhos,
amor…onde te via…eras
apenas e sempre tu…
e eu queria…
esqueci-me de mim…
sou pequena,
mas năo tenhas pena…
tendo-te a ti…o mundo ri
eu sorrio, enternecida, năo te vejo
senăo de fugida…mas é aí
que eu estou na verdade…
nem que longe seja a distância
ela năo existe, entendes?
onde o meu coraçăo estiver
encontra-te,
e convida-te…se quiseres…
aceita e terás a prova…sei
que nada te amedronta…
diz e serei…
diz e voarei!

Bedina


2005

domingo, maio 13, 2007

 

...o fio da amizade...




olá amiga...



hoje pensei em ti...
tentei ver como serias,
assim...por perto de mim,
imaginei-te, amiga,
e só sorri, só me enterneci,
só senti cheiros de flores,
sons de música suave...
bela, profunda...năo ligeira,
em tudo o que escreves estás lá...
sempre atenta às mais diversas mensagens,
com carinho, amizade, sabedoria,
deixas atrás de ti rasto de enorme alegria,
num "ventinho suave" dum fim de dia!





Além da natureza, de que és uma força natural,
além da delicadeza, que é teu traço fundamental...


olho para ti, “folha” transparente e luzidia, com cor crescente
tal como a da sabedoria...pois..para mim, ser ignorante,
confesso que chego a confundir o teu fio,
com a água cristalina dum lindo e pequeno rio!

Este fio será sempre amiga, a folha-flor,por excelęncia!

Que bom poder contigo participar...
e poder contigo contar!



Bedina


2005

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