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sábado, maio 24, 2008

 

...paralelas




entre paralelas…

o que resta do espaço
da compressão infinita
de redução ao ínfimo
nada deitando fora
mas zipado desta forma?!…

desistir? parece-me, não se deve!
o peito que as balas aparou
deve continuar o movimento
que tanto a alma lhe desejou…

poderemos fazer uma pausa
apenas para inspirar… pois
dentro de espaço tão reduzido
por vezes não se tem ar!


as linhas, essas, nunca se encontram
apesar de fortemente construídas
permanecem como um marco indelével
das procuras eternas das suas vidas!

Bedina
2008

sexta-feira, maio 23, 2008

 

...poema





Porque pairas?
Porque insistes?
Porque pairas se deixaste
que te prendessem terrenas
falsas tranquilidades?
Porque negas o que eras -
nuvem íntegra, real,
sobre as mentiras do mundo?
Às vezes cantas em tudo.
Mas é tão triste e tão tarde.
Meu amor, porque vieste?

Nunca tivera sabido
como se nasce e se morre
de repente ao mesmo tempo
para sempre, ó arrastada
humana deusa frustrada
água irmã da minha sede
luz de toda a claridade
que só em ti neste mundo
para mim era verdade.

de Alberto de Lacerda

segunda-feira, maio 19, 2008

 

...sonho




naquele fim de tarde…

quando me ofereceste aquele botão de rosa
quando eu estava para ali sentada triste e chorosa…
não fazia ideia de que por perto andavas
mas no fundo acho que te pressentia…
nunca poderias estar muito tempo afastado de mim
eu sabia-o mas não tinha presente o quanto seria assim!

pensamentos que voam entre seres que se sentem
no mesmo barco e que afligem os seus corações
com penas de amores, as que doem mesmo sem acções,
e no meio destes pensamentos cheios de emoções


materializa-se o que se pensa a dois, flúem os sentimentos
com facilidade entre seres que se afinam pelos mesmos diapasões!

o sol já caíra havia muito deixando o céu raiado daqueles tons
que nos enchem de esperança e alegria e nos deixam parados
perante tanta beleza de tal paleta e quietude da hora…
soavam aos meus ouvidos adágios de imensa beleza…
foi nesse contexto que me apareceste com sentimentos prateados
recebidos em cheio dentro do meu peito afastando toda a tristeza!


pode ser em qualquer lugar do mundo mas a hora é aquela
pode ser qualquer ser que é muito amado mas tem de ser chamado
pela intensa meditação cercada de tantos predicados da natureza
que nenhum livro chegaria para descrever fenómenos assim
nem as palavras todas servem… têm de ser as que vêm para mim
que eu espero… recebo… guardo e usufruo conforme a sua beleza!

Bedina

2008

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