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quarta-feira, novembro 23, 2005

 

...continuação do ciclo...



amanheceu de novo…


mais um dia !
inicia-se e segue
em procissão
um após outro

cada qual trazendo
algo de novo

não há bela sem senão
assim hoje como será,
a quantidade de belo


ou de senão
que ele nos trará?
o optimismo é bom…
se não exagerado…


a esperança, essa,


que nunca morra…
com ela iria meio milhão
de cidadãos deste

mundo difícil, de faz de conta,
mas há sol…brilha a luz
cheira a felicidade
em sua pura harmonia…
parece…parecia…!!!
mas mal ainda começou
este, mais um, novo dia…!

Bedina


terça-feira, novembro 22, 2005

 

...empatia de cada um...




pobreza envergonhada…

chega perto com um ar
de quem nada tem
de material…mas de sobejo
muita dignidade…
porte altivo…sem se dobrar
não faz apelo à caridade,
finge que nada lhe falta
e se fosse possível,
ouvir-lhe-ia o ruído da fome
da miséria escondida,

aprendida a forma
de disfarçar…não sei como
foi o feito…
mas por esta tudo farei
não só por estar condoída
mas por a achar merecida
de todo o respeito
queria que aceitasse…
então darei…

olho como ela lida
com a pobreza…e de como
contém em si mesma
tão grande nobreza!
outrora bela, capaz,
agora farrapo, trapo
o tempo lhe pôs a marca,
uma infinita tristeza…,
que sem querer
faz transparecer
e tanto nos faz doer,
(e a ela ainda mais
com toda a certeza),
refreio o meu olhar,
não me veja ela a pena,
nem nenhum ar de moleza,
diante de tal beleza!

Bedina
9/7/05

 

...forma de usar palavras...








Poesia…

A delicia de engendrar,
Com ritmo, com som,
Escolhendo as palavras para jogar,
Poder ir transmitindo,
A qualquer ser vindo
Seja de onde for…
O que a alma sente ,
Vai vivendo, vai percebendo,
Ou simplesmente vai sendo…
Partindo a brita com calor!

Hoje aqui vai a ideia…

Do que ontem senti…e…do
Que, prevejo, seja o amanhã
Um produto mesclado,
De sentimentos colados
No tempo presente,
Que incluem o passado,
Como incógnita…o futuro,
A não previsível resolução,
Sem ser por adivinhação…

No tempo, o “bocadinho”…
Usufrui por minha predilecta
Noção mínima dele mesmo,
Onde o pior e o melhor
Se encontram, se fundem,
Deixando a mensagem
Para que outro…igual,
Faça de mim a estalagem!
Que a forma seja movimento,
E o vento, uma passagem…

Há regras a cumprir,
Dizem os sábios, letrados
Quanta razão eles têm!
Será lícito não as conhecer?
Quando de poesia,
Se trata e se quer fazer?
Liberdade sim, admite-se,
Contra a métrica, sim, rebele-se,
Mas contra a beleza a que ela incita…
Por favor…que não se permita!

O soneto é lindo, canta-se…
As quadras rimadas, essas,

Espantam-se quando aparece
Um poema solto, liberto…
Que de tocar fundo estremece,
O ser que o lê, e nele vê,
Tudo aquilo que escondido,
Sempre velado permanece!
O conteúdo? ó semântica!
Do quanto a palavra, tem contida!

O poeta é músico sem notas,
É sinfonia com orquestra
Contratada, harmonia
Por ele retratada, frases
Elaboradas, estruturadas,
Em plena sintonia!
Canta, chora, lamenta,
Sempre com o doce ruído,
Ou o áspero proibido
Que uma partitura enfrenta!

Poesia…amada poesia,
Eu não te dizia????
Que encerras em ti mesma,
Um mundo de artes misturadas,
Nem te escapa a paleta,
Com cor mais ou menos romântica,
Consoante o estado de alma,
O poeta permite que a pena
Descreva, remexa, triture,
Toda a verdade, até a satânica,
E elevada! (que não sature)!

Bedi
na



 

Luz…e...luz!

A que vem de dentro
Junta-se à que o rei sol
Oferece neste momento…
Consolo de alma triste
Que passa pelo amor
que brilha, que existe…

Linda, incolor, inodora,
Reflecte os sentidos,
Com sentimentos,
Os positivos…aqui e agora…
Renova, renasce o “dia”,
Se soubesse ontem, o que hoje sentiria!

Apresso-me…quero receber
Em cheio, bem no meio da minha vida,
Os reflexos de ouro, que quase esquecia,
Inundam-me, transbordam,
Não têm medida…mas
Mágoas afogam, deixam-me estarrecida!

Recebi esta palavra ao nascer,
Nem sempre me lembrei de a olhar, de a ver…
Quase já nem sabia que afinal é o nome
Dum alguém que nascia…
Para um mundo que a acolhia…
É ele Luz da bendita virgem Maria!

E o caminho percorreu…
Igual ao de tantas outras,
Diferente de outras tantas,
Encomendada a Deus e Santas,
Sempre tendo uma linha, um sentido,
O da Fé…difícil… mas seguido!

Não se pode julgar estar só,
Quando habita em nós o Amor,
Os escolhos nada são…apenas vão
Tentando fazer merecer, com valor,
O caminho percorrido desde então,
Cada conquista somada à anterior!

Hoje olho o fácil com desdém,
Procuro a todos ver, estender
Uma mão acolhedora, se a quiserem,
Aceitar o desprezo quando ele vem,
Hoje tenho essa força, e sei bem
Nada seria sem Ele, o Além!

Bendigo o Teu nome ó Virgem!
Procuro merecer o meu,
Se sozinha não sou nada…
Pelos outros e com eles,
E ao chegar o dia do adormecer
A vida desta Luz te quero oferecer!

Bedina
3/2/04

segunda-feira, novembro 21, 2005

 



...Quantos há...quantos poderão maravilhar-se perante uma gravura destas...

...tem a ver com a estética? certamente...

...tem a ver com a sensibilidade às técnicas da pintura?

também, claro...

...tem a ver com o objecto pintado...o barco???? atrever-me-ia a dizer que na sua maior parte...traz com o belo, o sonho, a aventura...o requinte que é um veleiro..."vestido com as velas dos festejos", tons apaziguadores a envolverem-nos, rodeado de um mar chão suavemente azulado bem como o semi-nevoeiro que se tem como pano de fundo, onde se vislumbram algumas silhuetas de barcos contemporâneos.

Bedina


 

...SILÊNCIO ruidoso...

Acordei…
O sonho mau,
O pesadelo…acabou!

Até já nem sei…
O pormenor,
Já nem lá estou!

Acordei…
Entendi
Porque há tantas
Flores no meu jardim,
Que eu não colho
Gosto de as ver assim!

Acordei…
A vida é o que dela fizermos,
E eu estou disposta, sim,
Serei um ser mais para mim
Devo-me isso
Não entendem, mas eu sei…

E foi assim…e por isso...que Acordei!!!



Bedina
 

...momento de INDIFERENÇA...







Peu m’importe...tu sais?

Que tout le monde soit heureux
Quand je me sens malheureux

Peu m’importe....tu sais?

Qu’aient des ailes et s’envolent
Tous ceux d’âme pure, “nouvelle”

Peu m’importe…tu sais?

Que l’océan ait de l’eau douce
Que la pluie ne tombe plus
Que le soleil ne chauffe pas
Que l’herbe ne pousse guère

Peu m’importe...tu sais?


Ceux qui sont les plus intéressants
Ceux qui ne sont que des cons
Ceux qui, devant mourir, sont encore vivants
Ceux que le malheur a touchés
Ceux qui soufrent, et résistent
Ceux qui aiment et sont aimés

Peu m’importe… tu sais?

Qu’ai-je des doutes d’existence!
Que je soufre jusqu’à touer mon coeur,
Que je sens soif d’amour,
Que je pleurs des larmes d’or
Que je me sens seule au monde,
Que personne ne le soupçonne
Que je m’en vais, un peu, tous les jours,

Peu m’importe...tu sais?

Que je me prends pour “la dernière...”
Que malgré tout je songe...
Que je pense, j’ai ce droit...
Qu’en moi tout se mélange…
Que je ne sache plus qui je suis,
Et qui je ne suis pas...
Que parmis les autres, je me sens bizarre...


Et pourtant...me voilà!
J’y suis…
Dans mes mains je prends la vie…
Toute seule, c’est vrai,
M’assombrant, survivante…
Peu t’importe…je le sais!!!
Mais... même presque mourante...

PEU M’IMPORTE...TU SAIS?




Bedina

domingo, novembro 20, 2005

 

...silêncio...iludido...





Ilusão...


A ilusão…
É um engano?
É um erro?
Será os dois...pois,
Se é engano, dizem
Somos vítimas dele,
Se é erro, é resultado
Mau, o da actividade
De espírito...


Então ilusão é
Uma procura da verdade,
Um julgar que se atingiu,
Mas apenas nada é, nada viu!
Se nos enganamos com
Os sentidos, é erro
(Formulamos, e
O mal está no nosso juízo),
Os sentidos não são nem
Verdadeiros, nem falsos.




A ilusão “parece”...mas
não é...nem isso tem!
A ilusão,
Sem a devida atenção,
Pode induzir-nos em erro.
O erro reparado desaparece
Mas a ilusão persiste e
Permanece...




Bedina





 

...RUÍDO ENSURDECEDOR...




O "conto" da mentira...

Conta...conta...e…
…, conta...,
Não!...pára!
Não digas mais nada,
Já percebi
E com mágoa,
É ela a crua mentira,
Tentativa vã
De se mostrar disfarçada,
Sedução usada,
Meia verdade para temperar,
Apimentada
Com sabor amargo,
De quem a sabe montar,
...dor demais, para suportar!

Saber mentir
É uma arte
Quem não o sabe,
Fica perplexo
Não tem nexo
Para o normal!
Significa o sal
Para quem não se purifica
E que aprende esta forma
De estar, de manipular,
Para usufruir
Gozo lhe dar
No seu saber de mentir!
Nunca pára, há que treinar,
A técnica “apurar”!

Minha alma retorce-se toda,
Ao ouvir tal palavra
Odeio a falsa bondade, tola,
Capaz de enganar idiotas,
Mesmo que instruídos, poliglotas...

Nada percebem, nada distinguem,
Sentem-se senhores donos,
Detentores de toda a “verdade”
Os mais fáceis de seduzir!

Objectivo conseguido:
Encantar, usar, chupar,
Enganar, driblar,
Com capa de santidade,
Juntando “pura” bondade,
Fingida, bem montada,
Ela, a mentira, afinal
Para todo o pérfido, é um meio,
Que usa, sem receio!

Se apanhado for...
(Depende da gravidade)
Mantê-la com falso pudor,
Ou então sugerir meia verdade,
Fingindo que...há dor...

Será que sempre ganhará quem mente
Perante quem é sincero, que de repente,
E por longo tempo, lhe vê negado
O direito de exigir a verdade,

De ser acreditado?

Bedina


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