Pontuações diversas

anjo meu…anjo do céu…

foi numa noite escura…
apareceu duma forma
que me emudeceu…
introspecção poderia
ser, meditação…
recolhida no meu maior
silêncio, ele me deu
um recado: cuidado,
temo que não seja por aí…
melhor que vejas o outro lado,
aquele que escondeste de ti…
envergonhada fiquei
depois…pensando melhor
interroguei-me, olhei
para dentro, para o mais fundo
dos desagrados e achei…
eram afinal os meus pecados
em forma de bolo rei…
outras formas encontrei
mas tão presenteadas estavam
que delas só podia
em rigor, tirar alegria…
muita alegria, então…grata lhe fiquei!
não me lembrava que existia…
anjo bondoso…este meu,
anjo…anjo meu…caído do céu!

Bedina

Dezembro de 2005

Dia do desespero...



Nada me poupa...hoje,

Cada um de sua forma,

Mas ŕ sua maneira, furam,

Enterram fundo, e exigem....

Que lhes dę mais do que tenho,

Pronta para estar!

Pronta para dar,

Pronta para levar,

Pronta para calar,

Pronta para maior desempenho!


E eu???...năo estou....

Já era, já fui, mas também

Já sou!

Năo sei pr’onde vou...

Mas vou,

Năo sei se ainda estou,

Ou se já fui,

Mas sei que nada serei,

Se năo for eu...

A dicidir o caminho,

Cada bocadinho,

Todo ele!...parando,

Pensando, encurtando,

Ou até recuando...

Mas tenho de ser eu,


Năo quero ser “obrigada”!

Para tal...acabo em nada!

E depois do “nada”...nada fica,

Entăo é aí que me recomendo,

Que me embrulho e dirijo,

Para a morada que me propus

E quem me recebe

E quem me atende

E quem me desata...

Me desembrulha, tal como me pus?


O destinatário, sei-o, merece!

Mais do que lhe mandei,

Merece a totalidade

Do eu, quando sei,

Que aproveita de mim,

O melhor que alguma vez dei!

E só assim năo entro

em desespero,

E só assim

cuidarei de mim!


Ele...cuidará de mim,

E poderá dizer por fim

Vieste inteira...

Toda e só assim!

Agora...livre

Estarei, direi,

E ele me ouvirá,

Tomará o que já

É seu...e dirá:

Porque muito te amei!



E do dia de desespero,

Nada ficou para contar....

A năo ser que serenei,

Finalmente tenho o que quero,

Aquilo que ambicionei,

Aquilo com que sempre sonhei!

E em paz me quedar,

Sem mais “em erro” elaborar!


Bedina
23/1/05

O Natal devia ser

Festejado com prazer

Mas dando so' o valor

Nao as coisas deste mundo,

Porque aqui tudo e' imundo,

Mas de JESUS o Amor

Nao e' com festas mundanas

Que Ele acha profanas

Que se festeja o Natal,

Mas adorando o Menino

Que mudou nosso Destino,

E' uma festa sem igual .

E seguindo o Seu exemplo

Entreguemos-Lhe este Templo

Que e' o nosso coraçao,

Entregando-lhe o nosso Ser

Ele tem todo o poder

De nos dar a Salvaçao.

Lina

NATAL de 2005

O meu Natal

Levantei-me preguiçosamente
Vesti a melhor…roupa
Fui almoçar.
Presentes???
Muitossssssssssss
Recebi…
Um pacote de Harmonia
Um cartucho com Amor
Um abraço d´alegria
Um embrulho com calor.

Senti no ar nostalgia
De momentos bem passados
Senti um nó na garganta
E os olhos meios molhados
Dei…O nada que tenho
A minha forma de ser
Por vezes eu vou e venho…
Mas como sempre a sofrer

Pela criança, abusada
Pelo velho sem abrigo
Pela mulher violada
Pela vida sem sentido.

Mas hoje é Natal, e…
Recebi…
Um pacote de Harmonia
Um cartucho com Amor
Um abraço d´alegria
Um embrulho com calor.

25/12/05

Leandro

EQUÍVOCOS DE NATAL

Celebrar com alegria e vontade

O nascimento do filho de Deus

Não está ao alcance dos camafeus

Que zunem este canto de crueldade.

Os que ignoram o conhecimento

De tais Divindades sentem bem

A dificuldade, sem ressentimento,

Em participar nesta festa do Além.

Para quem está preso e confinado

Ao castigo, merecido ou não, o Natal

Não é certamente por ele apreciado

E louvado da mesma maneira afinal.

Os que, por razões várias, não têm

Nem querem abrigo, o presépio

Que admiram é o que os mantém

A lutar para nada terem e sem pio.

Aqueles que não pediram, mas cuja

Saúde se vem aos poucos deteriorando,

A festa é de certeza muito mais sabuja

E incompleta dos que se vão alegrando.

Para a catraiada que nunca teve

Um presente, passado ou futuro

E que a existência é um alto muro

Íngreme no ódio que se manteve.

Para os que fabricaram estereótipos,

Esta Quadra tem um sabor especial

E contrariando o espírito de Natal

Só vêm lucros opulentos e atípicos.

Para os que usam a eterna esperança

Como bandeira ineficaz e invisível,

É uma catarse de tremenda confiança

Defendendo erradamente o previsível.

É mais fácil partilhar o vácuo

Esvaziado do que uma mesa farta

Mantendo o falseado «Status Quo»,

Trocando carinhos através duma carta.

Unem-se famílias na hipocrisia

Do ano inteiro, esbanjando gestos

Que mancham a estupenda alegria

Que vai morrendo, ficando de rastos.

Para os que se esqueceram de lutar

Colectivamente, é acto individual

De aborrecimento bem descomunal,

Ter algo, para em comum, festejar.

Ah Natal, meu recordado Natal,

Os que te inventaram não mediram

As consequências e não exigiram

Que te mantivesses sempre divinal.

Tu, que deixaste de ouvir as preces

Do Senhor e os canticos sem sentido,

Tem calma, sossega e não te apresses

Pois o Natal não anda por aí perdido.

kambuta
__________________

como foi o “dia” de Natal…

começou pela manhã
com rosário de intenções
logo seguido de mil tarefas
atenções, vozes mais que muitas,
por todos os cantos da casa…
chilrear de crianças expectantes…
sabiam o que mais tarde poderia
e acreditavam que viria…
perú a assar…cheiro característico,
impregnando a casa toda…
mas suplantado pelo cheiro
do abeto em perfusão espalhado
como enfeite, tradicional:
árvore, jarras, portas,
presépio e coroas de Natal
(para igualar a minha infância
só faltava o cheiro a tangerina)
antes do jantar todos reunidos,
quatro gerações…afinal!
cada um recebeu uma lembrança,
acabado há muito o consumismo,
foram apenas mensagem de esperança,
mais um brinquedo a cada criança…
olhos brilhantes, cada um esperando
a sua vez…dava prazer ver
como com tão pouco lhes alimentamos
a fantasia, realização dum sonho,
escrito tempos antes num papel
dirigido ao Menino Jesus,
e palpado no fim daquele dia…
alegria e gritinhos em abundância,
os coros de música natalícia
também para o clima contribuíam…
enfim, foi uma delícia…
culminada com o jantar
onde se contaram coisas antigas
aos mais novos, não esquecerem,
guardarem bem na memória
para que transmitam a história…
nada de exageros permitidos…
apenas a tradição que se cumpria
com a maior das alegrias e harmonia,
isto é FAMÍLIA…
onde todos e cada um estão
em esfusiante sintonia…
pelo menos naquele DIA!

Bedina
26/12/05

natal…

mais um dia de…
mais Fé
mais esperança
mais amor
mais um pouco
de TUDO…
já que o mundo
roda igual…
que ao menos
sejamos nós
diferentes…
neste dia de Natal!

Bedina
25/12/05