sábado, junho 16, 2007
...chove...
Chuva….
vejo-a a escorrer pelos vidros
da minha janela ampla e vasta
traz-me uma tendência nefasta
e para tristeza a vida já basta,
não me apraz estar assim
sem actuar apenas a vê-la escorregar!
lava, limpa, branqueia e desinfecta
apesar da transparência belíssima,
não cai no meu agrado, acho-a
de todo em todo tristíssima…
e trato-a como a uma qualquer
sem consideração alguma sequer!
comparo-a a gotas de lágrimas
que pela pele da cara deslizam
queimando, molhando e deixando
um sabor amargo semi salgado
querem-se logo enxutas mas é difícil
pois a sua queda nunca é previsível!
o poder da água é imenso e transformável
serve cada boca, constantemente aberta,
deve-se-lhe saúde, bem estar, alegria
mas não se agarra, vai e vem por entre
dedos esguios que a querem segurar
e não conseguem…ela não pode deixar!
o seu ruído contra os vidros da janela
é suave, inconstante e muito pessoal,
não conheço, de entre toda a música,
uma que se lhe compare, não tem igual,
e se deitar fora a sua influência na tristeza
acabo por lhe encontrar beleza!
que continue como tem sido, autora
da limpeza do ausente, por ela preterido,
mas amiga íntima da serenidade
de todo o que é por ela acolhido!
sua qualidade melhor não podia ter sido
assim venha a mim com a sua diversidade!
Bedina
vejo-a a escorrer pelos vidros
da minha janela ampla e vasta
traz-me uma tendência nefasta
e para tristeza a vida já basta,
não me apraz estar assim
sem actuar apenas a vê-la escorregar!
lava, limpa, branqueia e desinfecta
apesar da transparência belíssima,
não cai no meu agrado, acho-a
de todo em todo tristíssima…
e trato-a como a uma qualquer
sem consideração alguma sequer!
comparo-a a gotas de lágrimas
que pela pele da cara deslizam
queimando, molhando e deixando
um sabor amargo semi salgado
querem-se logo enxutas mas é difícil
pois a sua queda nunca é previsível!
o poder da água é imenso e transformável
serve cada boca, constantemente aberta,
deve-se-lhe saúde, bem estar, alegria
mas não se agarra, vai e vem por entre
dedos esguios que a querem segurar
e não conseguem…ela não pode deixar!
o seu ruído contra os vidros da janela
é suave, inconstante e muito pessoal,
não conheço, de entre toda a música,
uma que se lhe compare, não tem igual,
e se deitar fora a sua influência na tristeza
acabo por lhe encontrar beleza!
que continue como tem sido, autora
da limpeza do ausente, por ela preterido,
mas amiga íntima da serenidade
de todo o que é por ela acolhido!
sua qualidade melhor não podia ter sido
assim venha a mim com a sua diversidade!
Bedina
2006
...FONTE... INSPIRAÇÃO...
fonte... inspiração...
fonte pequena mas já milenar…
dei-me conta de que tinha sede
e daquela água límpida de nascente
deu-me uma vontade enorme de provar!
chegou até mim um som estranho
algo que nunca tinha captado
não era gente, não era animal…
olhei atentamente para todo o lado
e reparei que a direcção era a fonte
o ouvido apurei e surgiu sussurrado a fonte… inspiração…
apressada num passo estugado
estava já com um ar cansado
quando parei, ofegante, inspirando
o ar que me vinha a faltar…
desejava muito continuar, entretanto
vi uma
um nome várias vezes entoado
o meu, quedei-me estranha,
inocente de qualquer mal, fadado
ou não, o tom virou frase…
uma e mais uma e o hino cantado
fascinou-me, enfeitiçou-me
fez-me ficar mais que atordoado…
dali fugi, para o papel saltei
e as palavras que então escrevi
sem intenção…até hoje não as sei!
é a isto que chamam inspiração?
se o é o processo será sempre igual?
ou é preciso que se vista de espiritual?
Bedina
dei-me conta de que tinha sede
e daquela água límpida de nascente
deu-me uma vontade enorme de provar!
chegou até mim um som estranho
algo que nunca tinha captado
não era gente, não era animal…
olhei atentamente para todo o lado
e reparei que a direcção era a fonte
o ouvido apurei e surgiu sussurrado a fonte… inspiração…
apressada num passo estugado
estava já com um ar cansado
quando parei, ofegante, inspirando
o ar que me vinha a faltar…
desejava muito continuar, entretanto
vi uma
um nome várias vezes entoado
o meu, quedei-me estranha,
inocente de qualquer mal, fadado
ou não, o tom virou frase…
uma e mais uma e o hino cantado
fascinou-me, enfeitiçou-me
fez-me ficar mais que atordoado…
dali fugi, para o papel saltei
e as palavras que então escrevi
sem intenção…até hoje não as sei!
é a isto que chamam inspiração?
se o é o processo será sempre igual?
ou é preciso que se vista de espiritual?
Bedina
2006
quinta-feira, junho 14, 2007
...o sumo da vida!...
carácter…
formação segura
companhia exemplar
pode sofrer, chorar
rir e cantar
só não pode falhar…
enraizados estão
valores de moral inviolável
abdicar deles é que não!
solidifica-se e entretanto
é, de facto, condição!
não há tentações
não há hesitações
sabe escolher e dirigir
o traçado que bem conhece
e não lhe permite fingir!
quem tal código tem
sabe que não há escolha a preferir…
sempre convicto em prol do bem!
quando o errado o tenta atingir
não o conhece, nem pergunta,
não para, continua e a sorrir!
formação segura
companhia exemplar
pode sofrer, chorar
rir e cantar
só não pode falhar…
enraizados estão
valores de moral inviolável
abdicar deles é que não!
solidifica-se e entretanto
é, de facto, condição!
não há tentações
não há hesitações
sabe escolher e dirigir
o traçado que bem conhece
e não lhe permite fingir!
quem tal código tem
sabe que não há escolha a preferir…
sempre convicto em prol do bem!
quando o errado o tenta atingir
não o conhece, nem pergunta,
não para, continua e a sorrir!
Bedina
2004
terça-feira, junho 12, 2007
...encarar a VIDA de frente!...
de frente…
não me viro, encaro
pego-lhe com a força
da convicção e o
entusiasmo
adolescente
dum sonho
não esgotado
sem idade
nem ambiguidade,
pois é de lado
que o fraco ataca,
de frente
sinto-me com a força
permanente
satisfação de coragem
o dever cumprido,
onde não se permite
qualquer derrapagem!
Bedina
não me viro, encaro
pego-lhe com a força
da convicção e o
entusiasmo
adolescente
dum sonho
não esgotado
sem idade
nem ambiguidade,
pois é de lado
que o fraco ataca,
de frente
sinto-me com a força
permanente
satisfação de coragem
o dever cumprido,
onde não se permite
qualquer derrapagem!
Bedina
2004
domingo, junho 10, 2007
...a vida é um INSTRUMENTO...
um dia talvez…
possua um instrumento
dos que tocados nos
deslumbram com belos,
muito belos momentos,
saberei eu fazer uso dele?
terei provavelmente
que aprender…mas faço
intenção de o usar
muito a meu belo prazer!
sei como se interpreta,
sei como se joga com
as pontas dos dedos, se toca
usando a força duns cabelos
num pianinho em surdina
ampliando cada nota
a mais pequenina…
cortando a amplificação
capaz de contar muito bem
a oração que se lhe manda,
tenho de a conhecer também,
ou com tanto querer me perco
acabando por não tirar prazer
quando tiver o instrumento,
não quero nem desespero
nem ira, simplicidade gostaria
a forma correcta assim seria…
talvez…talvez eu toque um dia!
Bedina
possua um instrumento
dos que tocados nos
deslumbram com belos,
muito belos momentos,
saberei eu fazer uso dele?
terei provavelmente
que aprender…mas faço
intenção de o usar
muito a meu belo prazer!
sei como se interpreta,
sei como se joga com
as pontas dos dedos, se toca
usando a força duns cabelos
num pianinho em surdina
ampliando cada nota
a mais pequenina…
cortando a amplificação
capaz de contar muito bem
a oração que se lhe manda,
tenho de a conhecer também,
ou com tanto querer me perco
acabando por não tirar prazer
quando tiver o instrumento,
não quero nem desespero
nem ira, simplicidade gostaria
a forma correcta assim seria…
talvez…talvez eu toque um dia!
Bedina
2006