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sábado, abril 19, 2008

 

...pedestal




bondade a sua…

não me eleve assim tanto
não me poupe com esse empenho
veja-me tal como sou:
simples mortal como os outros!

quando a fasquia é elevada
a desilusão aparece e não previne
vem com a maior das vontades
declarar num ápice todas as verdades…

equilíbrio num julgamento
é o melhor processo de aproximação
de alguém que se admira em todo o momento
mas que terá sempre algum senão!

amizade não pressupõe cegueira
é construída em bases sólidas
factos sucessivos entendidos e,
com tempo suficiente, construídos!

o coração exalta de ternura
perante tanta candura
mas prefere o consistente,
profunda amizade permanente!

o elogio nem sempre é construtivo
por vezes faz parar o ânimo
e remete para segundo plano
o que importa: destruir o que causa dano!

as suas bonitas palavras


aqueceram-me o coração
mas… bondade a sua,
assim as entendi, agora como então!

Bedina

2007

sexta-feira, abril 18, 2008

 

...temporal




chuva de pedra…

pesada e gélida a cair
em pedras transparentes
aos milhares ruidosas
num nunca acabar
pelas tardes invernosas…
o bater nos limites das tocas
seria uma sinfonia não fossem
as desafinações era uma harmonia
tem o seu lado belo e permanente
que cativa e deslumbra muita gente
que frente ao lume se aquece
do frio e do cinzento de cada dia…
forças da natureza não governadas
que nos infligem o temor
do desconhecido pela zanga
com que sobre nós desabam…
são eles os espíritos do mal
que castigam e são implacáveis
desde tempos imemoráveis…

há uma diferença agora
mudou o mundo não sei
se por influência da natureza
que se vê castigadora…
do homem tem vindo
a destruição dum planeta
que se queria amável
alterando o seu ciclo
e tornando o que era normal
numa fúria desmesurada…

já nada se comporta da mesma forma
tudo se exagera, sai da terra e a ela torna,

será o homem, o seu autor, capaz
de alterar de novo a sua sobrevivência
ou irá ficar, do novo mundo, em subserviência?

Bedina

2008

domingo, abril 13, 2008

 

...o passo





um passo com a medida dum palmo da mão
vagaroso vai deslizando sem calhas por perto
sem pedir autorização simplesmente vai andando
sem indicação certa nem porto à vista…
ao sabor da vaga do momento consoante o vento
sem parar ao comando e de proa sempre em rista…

o controlo que era preciso não existe
perdeu-se algures no meio da multidão
num dia de temporal negro assustador
e para isso não se encontra perdão…
é seguir em frente sem olhar para os lados
e com atenção aos escolhos isolados…

um dia parte-se a corda do remo da vida
sem norte seguirá o barco rio abaixo
onde irá parar ninguém pode prever


será por certo algo muito de repente
que vai poder contrariar a corrente
fazer encalhar… é o triste acontecer!

Bedina

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