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sábado, outubro 22, 2005

 

...falando ao SILÊNCIO...no interior


alma…desnudada

cheia de frio
sem ser acobertada
por nenhuma palavra de lã,
nem de seda…
apenas as cruas e duras
das verdades das ruas…
aqueles sítios onde
circula…tudo…e
à sua maneira…
nada se faz de brincadeira…
e se chover
tenho de a abrigar…
quero-a inteira
mas tenho de a tapar
o mundo cruel
não permite a verdadeira
tem de ser camuflada
orientada como se deve,
para a posteridade…

alma sofre e desnudada

sente-se desamparada…
mas não está só…
estarei pronta para a partida
seja ela de seguida
ou leve tempos ainda,
aqui não é necessária
outras há
que bem vestidas
se mostram mais hábeis
e mais bem “mentidas”…
são essas as escolhidas,
só por fora polidas
por dentro cavernas de podridão
que atacam e não se vê…
quando se “lê”…
já é tarde…dentro delas
uma caverna que alberga
todos e todas e sem senão!

alma minha desnudada…

dizer adeus à podridão
não te vai custar nada
apenas custa deitar fora
a ilusão, a pureza ,
toda a beleza, que não enfeita,
e não está sugeita
ao deteriorar mortal…
prefer assim enfrentar
um julgamento antecipado
a por aqui ficar sem saber
como se virar e para que lado!

alma minha…vamos?

Bedina

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