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segunda-feira, outubro 31, 2005

 

...olhar...o SILÊNCIO...nos olhos...





De "O elogio do silêncio"
(de Marc Smedt)

(......) Cada dia que passa tem os seus marcantes: ontem à noite disse a Marie uma frase que a aborreceu. Ela não respondeu. No silêncio que se instala entre nós, ambos lado a lado na cama, sinto uma onda vermelha chegar até mim, vibração de cólera que esmaga o espaço que nos separa. É invisível, inaudível, inodora, mas está lá. Incrivelmente presente. Em resposta eu acaricio-a, digo-lhe palavras doces, finjo que disse aquilo por dizer, era uma piada, que estúpido que eu sou. Ela nada diz, eu sinto-a sorrir no escuro, a onda agressiva acalma-se, transforma-se em ternura. Sempre silenciosa. (......)


(sexto trecho)
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