quarta-feira, novembro 16, 2005
...ainda o poeta AMIGO...
...mais um pouco de ti, AMIGO!
DIA DE CARNAVAL
Ri, homem! Ri! Sê palhaço,
que é tempo de Carnaval,
tempo de dança e folguedo!
Esquece hoje a dança da morte
e os folguedos da fome
e a palhaçada da vida
e o riso alarve das horas,
ao longo de todo o ano!
O riso une! Ri, pois,
se és caipira da favela,
que o teu senhor ri contigo!...
Não importa se traz máscara:
com esta que lhe vês posta,
com a que nunca tirou,
o seu riso é quase teu
(só o salário é maior...)
e de ti não rirá, hoje.
Ri mais do que ele, se podes,
que o riso não paga imposto!...
E dança num frenesim!
Imita os gestos perdidos
do que agita, a encher de espuma,
garrafa quase vazia!...
Vazios são os teus dias;
e a espuma que faz teu ritmo
torna o de hoje quase cheio!...
Dança, pois! Grita e esbraceja,
enquanto é Carnaval!
Porque amanhã o teu grito
pode ser de sofrimento...
Amanhã, teu esbracejar
pode ser de dementado...
Porque amanhã tua dança
Pode ser a de enforcado!...
RUI MARTINS DOS SANTOS
DIA DE CARNAVAL
Ri, homem! Ri! Sê palhaço,
que é tempo de Carnaval,
tempo de dança e folguedo!
Esquece hoje a dança da morte
e os folguedos da fome
e a palhaçada da vida
e o riso alarve das horas,
ao longo de todo o ano!
O riso une! Ri, pois,
se és caipira da favela,
que o teu senhor ri contigo!...
Não importa se traz máscara:
com esta que lhe vês posta,
com a que nunca tirou,
o seu riso é quase teu
(só o salário é maior...)
e de ti não rirá, hoje.
Ri mais do que ele, se podes,
que o riso não paga imposto!...
E dança num frenesim!
Imita os gestos perdidos
do que agita, a encher de espuma,
garrafa quase vazia!...
Vazios são os teus dias;
e a espuma que faz teu ritmo
torna o de hoje quase cheio!...
Dança, pois! Grita e esbraceja,
enquanto é Carnaval!
Porque amanhã o teu grito
pode ser de sofrimento...
Amanhã, teu esbracejar
pode ser de dementado...
Porque amanhã tua dança
Pode ser a de enforcado!...
RUI MARTINS DOS SANTOS