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terça-feira, novembro 22, 2005

 

...empatia de cada um...




pobreza envergonhada…

chega perto com um ar
de quem nada tem
de material…mas de sobejo
muita dignidade…
porte altivo…sem se dobrar
não faz apelo à caridade,
finge que nada lhe falta
e se fosse possível,
ouvir-lhe-ia o ruído da fome
da miséria escondida,

aprendida a forma
de disfarçar…não sei como
foi o feito…
mas por esta tudo farei
não só por estar condoída
mas por a achar merecida
de todo o respeito
queria que aceitasse…
então darei…

olho como ela lida
com a pobreza…e de como
contém em si mesma
tão grande nobreza!
outrora bela, capaz,
agora farrapo, trapo
o tempo lhe pôs a marca,
uma infinita tristeza…,
que sem querer
faz transparecer
e tanto nos faz doer,
(e a ela ainda mais
com toda a certeza),
refreio o meu olhar,
não me veja ela a pena,
nem nenhum ar de moleza,
diante de tal beleza!

Bedina
9/7/05

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