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sexta-feira, dezembro 02, 2005

 

...SILÊNCIO e MEDITAÇÃO....

De “O Elogio do Silêncio”
(de Marc de Smedt)


A CALMA MEDITATIVA

“O método da purificação do espírito
Consiste nisto:
Primeiro, concentrar-se.
Não escutar pelo ouvido, mas pelo espírito.
O ouvido escuta, o espírito representa,
Mas apenas a respiração se adapta a todas as situações
Porque ela é vento vazio.
E o Tão apoia-se no vazio,
O vazio purifica o espírito.
No vazio do espírito penetra a luz
Como a paisagem penetra pela janela de um quarto vazio.”

TCHOUANG TSEU


O espírito do Budismo zen e o do silêncio também eles são apenas um.

De facto, o próprio princípio de meditação preconizado pelo Buda se baseia naquilo que este domina de “o silêncio tranquilo e a visão interior”.

O que é que oferece “a tranquilidade silenciosa desenvolvida no ser? Permite que a consciência se desenvolva. E qual é a vantagem de uma consciência desenvolvida? Os múltiplos desejos são remetidos à sua verdadeira importância, e podem ser abandonados. E qual é a vantagem de uma interioridade desenvolvida? Ela permite que a sabedoria se eleve, sabedoria que leva a que cortemos os entraves da
ignorância…”
Era assim que Buda falava há dois mil e quinhentos anos atrás aos seus discípulos, fundando assim uma verdadeira ciência da introspecção, que o Ocidente só agora vai descobrindo.

(….) O Budismo, particularmente o ramo Zen, no Japão, Ch’na na China, deixou-nos uma verdadeira técnica de auto-análise, aplicável sem abandonar ou prejulgar qualquer crença religiosa ou filosófica; trata-se simplesmente de aplicar uma postura física que faz trabalhar os três eixos fundamentais do nosso funcionamento: o fluxo da respiração, que deve ser longo, lento, abdominal; a postura da coluna vertebral, esse eixo onde se aloja a nossa medula espinal e os sistemas nervoso e ortossimpático; e por fim, o nosso computador central, o cérebro, estando estes três elementos intrinsecamente ligados.

Esta postura, chamada zazen, o zen sentado, e a que eu chamo familiarmente de zaz, mostra-se radicalmente moderna: alia a meditação profunda a uma prática física intensa, ainda que imóvel, uma pausa tranquila no tumulto quotidiano.


É preciso, pois ficar sentado, as pernas cruzadas, as costas direitas, a atenção centrada na expiração poderosa; os olhos meio fechados, a consciência caminhando “do pensamento para o não-pensamento”, no fio de todas as imagens que passam e repassam no espelho do nosso espírito, numa auto-visão onde o ser se revela, sem máscara possível, visto que a única testemunha é ele próprio.


(12º trecho)
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