sábado, dezembro 10, 2005
suavidade táctil…
o som dum andamento lento
duma qualquer quarta sinfonia…
em forma de amor…
louco, triste, quente e…diria
que provocando poderosa dor!
como é possível…tem de ser
compensador…abrandar
o pulsar louco dos corações,
tremendo, poderosas acelerações,
pinceladas de tom a transpirar…
docemente desce a tonalidade,
pouco a pouco o ritmo volta
à normalidade…emerge no ar,
a suavidade ansiada solta…
mas vem muito, muito devagar,
embebe cada ponto do meu ser,
o mais sensível, dá de beber
ao meu eu insaciável, carente
de origem, descoberta recente,
absorve meu corpo e mente!
ó suavidade, mansidão silenciosa,
toca-me ao de leve…afaga-me,
sinto como mão carinhosa,
que não larga e mal me toca,
deixando um rasto de humidade,
docemente saborosa…
ternamente deliciosa…
e…sempre silenciosa…
Bedina
Dezembro 2005