quarta-feira, julho 12, 2006
...meditações...memórias...relato...
estórias na infância…
Que sede..que vontade de entrar na estória,
Seja ela qual for...mágica, cheia de mistério, de cor,
Povoando a minha imaginação de criança,
...que no sonho se refugiava:
Saiamos de manhã cedo, meus irmãos e eu,
Com uma “criada” que de nós cuidava,
Que cozia a roupa, enquanto brincávamos.
Nenhuma brincadeira me satisfazia,
Olhava de esguelha para ela ansiosa...
Esperando por um sinal de boa vontade,
Expresso quase sempre nos seus olhos azuis,
Então, mal o sinal surgia, largava tudo e corria,
Sentava-me no chão com as mãos no seu regaço,
Olhava-a com perfeita veneração e esperava...,
Conta, conta-me a história...a do príncipe,
Que terminava sempre escolhendo de todas,
A mais dotada, a mais bondosa, a menos interesseira,
Nem sempre a mais bonita...coisa que muito me agradava,
A mim, criança pouco amada, a que se acha pouco dotada,
Tomava o papel da heroína tão a sério, tão como "ela",
E sonhava...sonhava...demais me entrelaçava
E o meu coração guardava, guardava...cada uma delas,
Em cada estória...cada peça...sempre os valores...
A força de carácter, me atraiam, em mim ficavam,
Em mim se fixavam...até hoje...no meio de dores,
De amores...noutros momentos da vida...estavam
Sempre presentes...hoje sei-o...o meu coração
Não os largou, nem nunca deles se afastou...
Nem sempre lhe vinha a recordação,
Mas por vezes de repente, ouvi uma palavra...
Donde vinha, nem sabia, mas povoava
O meu sonho de vida...o meu ideal de mulher
Que me orgulho de seguir...apesar de dor infligir,
E dela, da minha amiga incansável em contar,
Pois do seu paradeiro nada sei,
Mas uma coisa é certa, DELA...
Nunca mais me esquecerei!
Bedina
2002