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sábado, dezembro 30, 2006

 

...NOITE...

Linda, escura, pontilhada ou encoberta,
Dá-me, ó noite, a tua cabana, aberta,
Deixa-me nela albergar a minha alma,
Errante, cansada, que se parece contigo.
Todos os dias vem, é constante, persistente,
Mesmo quando enevoada, chuva é lágrima,
Dor a trovoada, frio ou calor, nada exigente.
A tua cor é a minha, apenas um pouco mais clara,
Mas desapareço, não deixo que se veja nada.

Conto-te um segredo, canto-te um soneto,
Não digo nada a ninguém, a ti te prometo!
Ó minha amiga, doce companheira de anos,
A quem tanto implorei um pouco da tua paz,
Deixa-me entrar, sossegar e dizer:
Aqui, o ser-ninguém, veio e jaz!



Bedina
2005
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