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segunda-feira, março 05, 2007

 

...O DESEJADO...






triste fim duma dinastia!...

abençoado seria o ente
que desde o nascimento
tudo lhe aparece feito,
enfeitado, pronto para
o proteger em todo o lado….
antecipam-se-lhe os desejos
adivinham-se-lhe as vontades
como são claras as leituras
dos seus inúmeros apetites
satisfeitos no acto, e se delira,
são o que nunca deveriam ser
de mimado em desenfado
o pequeno ser nem se vai aperceber
e dar o devido cuidado
pois que de nada sentiu falta
nem sabe o que há para o satisfazer
resta-nos um menino mal amado
caprichoso com vontades de morder
para ao menos sentir o medo
e assim ir podendo crescer…

“a adultez é mais que o corpo”
quando este não a acompanha
tamanho é o seu desfasamento
grande euforia ou esmorecimento
de par com o mimo tem ainda este menino
o não pequeno fardo de ser rei de Portugal,
que conduziu ao seu maior erro e fatal,
infantil, perseverante no desejo de combater
sem emoções, frio, calculista, ambicioso
déspota pequeno ainda, cheio da razão
aquela que o Estado lhe dá por direito,
e não da outra que lhe viria do saber

só descansa quando se vai a exibir
em terras de barbárie, África seu destino…
como se jogo de desenfado se tratasse
num deserto tórrido sem nada para beber
jogando duma só vez o destino do seu país
o desmoronar de ilusões da nobreza,
que apesar de ambiciosa é prudente,
a segurança do reino deitada a perder…
nada nem ninguém deste combate saiu ilesa
arrasado ficou o reino e à mercê
de quem por direito o trono tomou
e para o fatal sangue afinal o empurrou!

e assim fora dum trago se deitou
o que com tantas mágoas
e tanto suor se alcançou
rei este que vindo do “perfeito”
(de nome e prudente saber) e
que de Portugal tanto dera a conhecer!

Bedina
2007












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