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sexta-feira, abril 20, 2007

 

...mensagens...



De repente e sem mais nada
Vens tu ó nuvem calada…
Cinzenta e ameaçadora,
Queres que tenha de ti medo?
Queres que sinta tremendo
Um arrepio de temor?
Que estremeça, ou até chore…
Queres lembrar-me a minha dor?

Enfrento-te bem direita,
Cabeça erguida, frontal,
Por meu peito tanto passa,
E ela é tanta, a maleita,
Que se mostrasse o que tenho
Dentro do meu interior,
Arredavas-te com empenho,
Fugias do meu desamor!

Não falas…apenas “dizes”,
Eu entendo o teu clamor,
Conheço nuvens bem altas,
Que mesmo brancas e fartas,
Bem cheias ou esfiapadas,

Trazem recados ou “cartas”,
Fingindo serem de amor,
E apenas delas recebo, recados p’ra pecador!

Um dia quando houver vento
Que me seja de favor…
Volta ó nuvem calada…
Quero conhecer-te melhor,
Talvez eu esteja enganada…
Talvez estejas disfarçada,
Prometo olhar-te bem e se eu for…
Para ti a destinatária,
não hesites, ó nuvem branca, sem cor!

Bedina

2005


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