.comment-link {margin-left:.6em;}

segunda-feira, abril 02, 2007

 

...o país dos meus sonhos...













arquitectura ideal…

desenho o mapa primeiro
do país que vou construir
nem grande nem pequeno,
coisa aí para uma dimensão média,
ter número suficiente pois
serão precisas estatísticas,
sem as quais nenhuma sociedade
se toma por respeito, e eu
levo tudo isto muito a peito…
mas vai ter de ser ao meu jeito!

país será de gente, de todos
os que quiserem por ali habitar,
e contribuir para o bem estar,
uns dos outros, não será
nunca meia dúzia a explorar,
a roubar a maioria, enfeitando-a,
de partidos sem nexo…não,
o meu país será diferente,
moderno como se quer, mas
virado para a “gente”…

neste país, muito a meu,
a primazia é da criança e do velho,
tudo gira em volta deles, como
se daí dependesse a sua subsistência,
é sobre e para os mais fracos virada,
sua vocação é esta, está já delineada,
será um pedaço de céu nesta terra
desalmada, onde abusos, roubos, intrusos,
são o pão de cada dia…terra vitimada,
o meu país será diferente!

pedaços de terra a ser cuidada,
com amor, que os legumes e as flores
são seres vivos e sem amor, não desenvolvem
todo o seu esplendor, assim será também
e sobretudo com os animais, nossos iguais,
serão eles os nossos ajudantes mais próximos,
sem os quais difícil seria prosseguir a
construção, edificação do que pretendo,
o meu país será diferente!
vai-se querer e fazer bem a toda a gente.

não, não é utupia, é projecto
realizável, a curto e breve
espaço de tempo…nem me atormento,
não é necessário, cada qual aqui
saberá o que terá de fazer,
para os outros e para si…
sem essa liberdade e responsabilidade,
não poderia nunca erguer o meu país,
nem criá-lo duma forma realista,
se não fosse para tornar cada um feliz!

os mais velhos ensinam os mais novos
estes por sua vez veneram os anciãos,
de quem ouvem as lições com a maior atenção,
pois disso depende a sobrevivência de
uns e de outros, e de todos em conjunto,
ou caso contrário, nem vale a pena
construir um país porque iria directo ao fundo,
e para isso chega o que à mão de semear
nos é oferecido pelas agências para visitar…
certo é que aprendes a desembolsar!

da cultura, da arte, dos costumes,
dos hábitos e da história que os fez
pouco ou nada fazem, e não os vês,
o meu país será diferente!
não há lugar a rebelião, contentamento
caracterizará, e a satisfação é permanente,
ou não seria necessário arquitectar
um pais que idêntico fosse aos que já são,
por si sós, uma desgraça, uma solidão,
a cada um nada cabe nem lá vai parar!

o meu país é diferente!
é verde, é laranja é de todas as cores
do arco-íris e lá abundarão as flores,
poderemos ver a chuva, lágrimas a caírem
docemente, com a função que lhe compete,
o sol dará a luz e brilho, aquele que consola,
o deprimido, e que dá forças aos mais fracos,
teremos nuvens e mar, correntes, areia,
gaivotas, ondas certinhas sem parar,
nada faltará, tudo se construirá como numa teia!

cada um respeitará o do lado…entendendo
que a sua liberdade é restrita, não deve incomodar,
o outro, pois aí está a usar de prepotência,
no meu país diferente, essa soberba
não será exercida…nenhum ser
verá sua liberdade coibida,
para ser diferente terá de haver compreensão,
pensar no outro primeiro e depois em nós,
não vamos querer isolamentos, distanciamentos,
apenas atitudes de boa vontade nos nortearão!

o meu país será diferente de todos…
(não é para todos) é para os que forem “gente”!


Bedina
2007

Comments: Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?